Vidro Azul ("Blue Glass")


Vidro Azul ("Blue Glass"): its broadcastings began in RUC-Radio University of Coimbra, later extending to Radio Radar, and now on Radio SBSR. In its two-hour duration, this author’s project explores melancholic sonorities also experimenting, boundarylessly, with beautiful ethereal landscapes. Through several genres ranging from folk, glitch, indietronica, neoclassical, ambient, jazz, indie pop, minimal among others, themes are blended in an intentional attempt to create a coherent harmony.


terça-feira, junho 9


O Daniel Faria tinha apenas 28 anos - vinte e oito anos! - quando morreu, neste dia de Junho, há 10 anos.
Soube dizer como ninguém!

Caminho sem pés e sem sonhos
só com a respiração e a cadência
da muda passagem dos sopros
caminho como um remo que se afunda.

os redemoinhos sorvem as nuvens e os peixes
para que a elevação e a profundidade se conjuguem.
avanço sem jugo e ando longe

de caminhar sobre as águas do céu.

2 comentários:

rita disse...

soube realmente dizer como ninguém..palavras soltas, bonitas assim..
'..há um espaço no corpo que pode ser um lugar [..]
é o meu pulso, a minha boca, é a retina com que procuras [..]
o meu olhar há-de acompanhar-te como a poeira à volta dos teus pés [..]
dorme, basta-me essa luz..

vida onde couberam certamente muitos vinte e oito anos. impossível não ser assim.

como diria hilde domin, nos enormes funis junto ao mar, encontrar-nos-emos no reino onde andas. ou te deitas..

Anónimo disse...

olá, ricardo.
que bom reencontrar, não por acaso, as palavras do daniel faria, aqui nesta azul intersecção do tempo com o espaço. muito justa e, sinto-o, muito sentida esta tua singela (por isso, adequada) homenagem/evocação.
de todas as edições da 'estação de inverno', aquela que dediquei à poesia tocada pelo sopro divino (palavras toscas, eu sei) que o daniel nos deixou foi das que mais eco obtiveram junto dos ouvintes. normalmente, dizendo assim: 'que revelação. que poesia cintilante. que poeta..'.
obrigado, em nome de todos nós, por te teres lembrado.
um abraço.

joão blake aka gi.