O Daniel Faria tinha apenas 28 anos - vinte e oito anos! - quando morreu, neste dia de Junho, há 10 anos.
Soube dizer como ninguém!
Caminho sem pés e sem sonhos só com a respiração e a cadência da muda passagem dos sopros caminho como um remo que se afunda. os redemoinhos sorvem as nuvens e os peixes para que a elevação e a profundidade se conjuguem. avanço sem jugo e ando longe de caminhar sobre as águas do céu. |
2 comentários:
soube realmente dizer como ninguém..palavras soltas, bonitas assim..
'..há um espaço no corpo que pode ser um lugar [..]
é o meu pulso, a minha boca, é a retina com que procuras [..]
o meu olhar há-de acompanhar-te como a poeira à volta dos teus pés [..]
dorme, basta-me essa luz..
vida onde couberam certamente muitos vinte e oito anos. impossível não ser assim.
como diria hilde domin, nos enormes funis junto ao mar, encontrar-nos-emos no reino onde andas. ou te deitas..
olá, ricardo.
que bom reencontrar, não por acaso, as palavras do daniel faria, aqui nesta azul intersecção do tempo com o espaço. muito justa e, sinto-o, muito sentida esta tua singela (por isso, adequada) homenagem/evocação.
de todas as edições da 'estação de inverno', aquela que dediquei à poesia tocada pelo sopro divino (palavras toscas, eu sei) que o daniel nos deixou foi das que mais eco obtiveram junto dos ouvintes. normalmente, dizendo assim: 'que revelação. que poesia cintilante. que poeta..'.
obrigado, em nome de todos nós, por te teres lembrado.
um abraço.
joão blake aka gi.
Enviar um comentário