Nem sempre sei ouvir o rio, ouvir-lhe as vozes e os conselhos. Talvez nunca, para ser precisa. Por isso duvido e os meus passos tremem. O coração tolda-se-me à sua passagem e mingua-se. A vida torna-se-me imprecisa como quando a língua entaramelada na boca quer falar, só não sabe que palavras. Que caminhos proferir e preferir. O rio que a vida é poucos são os que o vêem e menos ainda aqueles que o ouvem. E raros são os que vendo-o e ouvindo-o o compreendem. Felizes esses.
ana salomé, in Anáfora.
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