O DIA EM QUE O MAR SE DESPEDAÇOU
Parei repentinamente
No sítio onde o mar se despedaçou
Vi-o triste e encostado

Introduzindo um pedaço de areia
Na última das suas cavidades articulares
Uma pesada polé acciona os destroços
Um engenheiro agita as mãos dirigindo a empresa
- Acho que vai voar
Voa
Perde-se -
O mar despedaçou-se ontem à tarde à 1 e 15
Diz-me José o Jornalista
Depois acrescenta
Queres comprovar?
Está bem
Pega nas tuas mãos
Enche-as de água
Vê-lo-ás sangrar.
Armando Romero
1944
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